Eleição-24: na opinião da maioria no eleitorado, Tião não pode correr o risco de lançar candidato que não seja competitivo
Final de janeiro, é o prazo estratégico para a definição de nomes de pré-candidatos a prefeito que possam vir a ser trabalhados eleitoralmente dentro de um prazo razoavelmente seguro até a data final das convenções partidária, marcadas para no período de 20 de julho a 5 de agosto.
Em dezenas de municípios paraenses, muitos pré-candidatos apoiados pelos prefeitos em segundo mandato já foram lançados e trabalham em pré-campanhas.
Em Marabá, a interrogação da população é sobre o nome a ser apoiado pelo prefeito Tião Miranda, o maior cabo eleitoral do município -, endossado pela aprovação de seu governo em torno de 80%, conforme comprovam pesquisas.
Em rodadas da classe política, no meio empresarial, ouvindo profissionais liberais, pequenos agricultores, nas rodas de bate-papo dos fins de semana, persiste a curiosidade da população em saber quem Tião Miranda anunciará como seu candidato.
Além da curiosidade, observa-se muita preocupação nessa questão de escolha daquele com quem o atual prefeito andará à tiracolo pelas ruas do município, pedindo votos à sua sucessão.
Definitivamente, o nome do vice-prefeito Luciano Dias não “colou” junto ao olhar do eleitor – pelo menos é o que atestam pesquisas realizadas nos últimos meses onde o vice-prefeito sempre apareceu com um dígito, ou seja, nunca ultrapassando a casa de 10% de citação.
Lembrando que o entorno de Luciano (uma base formada por pessoas do alto escalão do prefeito) fez “das tripas, coração”- como se diz popularmente -, para alavancar o nome dele junto à opinião público,
A verdade, no entanto, é que acabou o prazo de validade de tentativa de “emplacar” Dias como político potencialmente competitivo.
E esta realidade é fácil de ser explicada.
Nesses sete anos de governo de Tião Miranda, o vice-prefeito foi secretário de Saúde, secretário de Educação, exercendo atualmente a cadeira de vice – sem falar nos cargos que ele ocupou no governo do Estado, exercendo mandatos de secretário de Simão Jatene e presidente da Cosanpa.
Um formidável cenário para exposição de sua marca, que, verdadeiramente, não se consolidou.
Mais: há quase um ano as propagandas de governo da prefeitura de Marabá vem sendo direcionadas maciçamente em torno do nome do vice-prefeito, sem sucesso – para desencanto de quem achava que Luciano se viabilizaria eleitoralmente,
Um insistente volume de informação direcionado à população com a cara, voz e ações atribuídas ao vice-prefeito diferenciou do chamado modelo convencional do marketing eleitoral, já que grande parte da propaganda relegou o nome do prefeito Tião a segundo plano, tudo a favor da “comercialização” de uma pré-candidatura até agora fracassada.
Dificilmente vai se aferir a um pré-candidato a cargo pública tanta visibilidade como a que foi disponibilizada a Luciano Dias, seja exercendo importantes funções governamentais e veiculando sua imagem nas redes sociais e na mídia tradicional.
Tudo para dar com os burros n´água.
A situação chegou a um ponto que faz o blogueiro lembrar de uma palestra sobre marketing político capitaneada pelo publicitário Nizan Guanaes, em Recife, que, em tom de advertência, mas com boa dosagem de humor , disse textualmente: “Quando um candidato não consegue “decolar” nem com um foguete na traseira, a solução é trocar urgentemente o equipamento”.
O “equipamento” a qual se referia Nizan, claro, é a troca do candidato.
Esta observação nunca foi esquecida por este blogueiro.
O tema surge a partir das preocupações da população de Marabá, sobre quem será escolhido como candidato oficial para disputar a sucessão de Tião.
O eleitorado do município está ressabiado, teme perder os avanços conquistados nos últimos anos, e confia muito nas intenções políticas do atual prefeito.
Ou seja, muito mais do que escolher um candidato que venha disputar a sua sucessão, Tião tem a responsabilidade de saber escolher alguém que tenha pelo menos probabilidade de enfrentar os futuros adversários em igualdade de competitividade.
Mais do que “retribuir comportamento de fidelidade”, como dizem alguns assessores de Miranda para justificar a escolha de Luciano Dias como candidato do prefeito, numa atribuição à harmoniosa relação entre os dois, na prefeitura, ao longo desses anos -, a obrigatoriedade do prefeito é ter um nome que se alinhe ao seu pensamento de gestão pública e tenha capacidade de disputar a eleição para vencer.
Defender por mais tempo uma pré-candidatura comprovadamente fraca eleitoralmente, como tem feito uma pequena leva de auxiliares de Tião, é estar alinhado a interesses de grupos que lutam pensando na possibilidade de manter espaços de poder.
Para o futuro de Marabá, isto á desgraçadamente condenável.
Claro, a escolha de um nome que venha a ser competitivo na disputa eleitoral não significa que ele vá ganhar a eleição, que, ao fim e ao cabo, será decidida pelo voto popular sob a preferência de cada eleitor. Mas um nome nesse sentido confiável tem o condão de sinalizar para o eleitorado de que o prefeito está na luta em condições de vencê-la, entusiasmando quem aprova o trabalho por ele realizado na prefeitura e na esperança de que não haverá retrocessos na construção de uma cidade verdadeiramente desenvolvida.
Em dezembro último, divulgou-se que Tião Miranda deverá realizar uma pesquisa para analisar algumas opções de nomes, incluindo o de Luciano Dias, para, a partir daí, tomar sua decisão definitiva, por fim escolhendo um nome – para colocar a pré-campanha na rua.
Que assim seja feito, o mais breve possível.
Reprodução do Blog do Hiroshi Bogéa On Line.