Em nota, Fecampo rebate críticas à faixa “o agro mata”

A Faculdade de Educação no Campo (Fecampo) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) enviou nota para a Imprensa onde afirma que a faixa fixada no prédio multiuso da universidade com a frase “O agro mata” se refere ao agronegócio e que seu intuito nunca foi de atacar profissionais ou cursos da área de Agronomia.

A nota é uma resposta à manifestação organizada por alguns discentes do curso de Agronomia, que realizaram na última segunda-feira, 19, um ato em resposta e contraposição à lona preta. O grupo discordou da exposição e decidiu opinar usando a mesma estratégia: fixando material gráfico com as mensagens: “O agro mata a fome, veste pessoas e gera emprego”.

Os estudantes da Fecampo, que integram um coletivo formado por camponeses, indígenas, quilombolas, ribeirinhos e extrativistas, explicam no comunicado que o contexto da faixa diz respeito às mortes provocadas pelo agronegócio. O intento com a exposição dos dizeres era gerar reflexão e críticas sobre a atividade econômica.

O intento por trás da fixação da lona, de acordo com a nota, é de reacender a memória de luta e resistências dos companheiros que perderam a vida para o agronegócio. Evidenciando ainda a defesa daqueles que sofrem ameaças, inclusive de morte.

O coletivo assevera que a finalidade da exposição nunca foi atacar outros cursos ou profissionais da área, pelo contrário. Os discentes da Fecampo, inclusive, reafirmam a importância de todos os cursos ligados ao campo, asseverando a necessidade de pessoas que trabalhem, dialoguem e ajudem a edificar práticas que fortifiquem a pluralidade cultural amazônica.

Eles citam também nomes de ativistas do meio ambiente que foram assassinados, além de diversos problemas ambientais que, de acordo com a nota, estão relacionados ao modelo de agronegócio vigente no Brasil, como o trabalho escravo, o desmatamento e as queimadas, a baixa geração de emprego e de arrecadação tributária.

A fala finaliza com um convite e uma asserção: “Aos que ainda defendem o agronegócio, gostaríamos de atentar para o fato de que há outros mundos para além dos comerciais de televisão, e os convidamos os conhecê-los conosco, em nossas comunidades. Portanto, nossa afirmação é legítima: O agro(negócio) mata. Com isso, reafirmamos, enquanto estudantes da Licenciatura em Educação do Campo, que seguiremos pautando questões que consideramos pertinentes no ambiente universitário. Não recuaremos diante de qualquer tentativa de intimidação. Porque, se calarmos as pedras gritarão”.

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