Quem bate, esquece, ao contrário de quem apanha: Helder deve cobrar compromissos e apertar torniquetes nos infiéis.
O que se diz é que, quando retornar ao Brasil, depois da Cop 27, no Egito, provavelmente cantando vivas à possibilidade de o próximo encontro internacional ocorrer na Amazônia – não no Pará, exatamente -, o governador Helder Barbalho irá reabrir o livro de contas a pagar – e cobrar. A lista é longa e deve começar por São Félix do Xingu, onde quem manda, até prova em contrário, é o prefeito João Cleber Torres. O governador acreditou tanto que teria o apoio dos Torres na campanha do Lula no segundo turno das eleições que desembolsou algo em torno de R$ 100 milhões em investimentos no município. A surpresa ficou por conta de uma derrota vexatória do candidato do PT: Jair Bolsonaro obteve 66,58% – 19.548 votos – contra 33,42% – 9.812 votos de Lula.
“Negação de Lula”
Em Bragança, que acabou em maus lençóis foi o prefeito Raimundo Oliveira, que começou a negar Lula desde que saiu da reunião com o governador, em um hotel em Belém, junto com outros prefeitos, deputados eleitos e derrotados no primeiro turno. Em vez de trabalhar, Raimundão foi para Buenos Aires, Argentina, depois de fazer escala em São Paulo para suposto tratamento de saúde. Helder não engoliu.
“Salvador da pátria”
Quem salvou o projeto de Helder no município foi Renato Oliveira, irmão do ex-prefeito Edson Oliveira, aliás, Oliveira de família que não tem parentesco com o prefeito Raimundão; muito pelo contrário. Depois de fazer o ‘agá’ de praxe para Helder, o prefeito colocou 14 vereadores para trabalhar a reeleição de Bolsonaro, enquanto Renato Oliveira, do Podemos, ‘segurou as pontas’ da eleição de Lula na região, já como deputado estadual eleito, ao lado dos vereadores Gledson (PT), Zé Maria (PSD) e Coquinho (DEM).
O olho que tudo vê O núcleo político do governo tem a lista completa de quem foi fiel ou não às orientações de Helder, da Assembleia Legislativa às prefeituras. O que se diz é que dos 35 deputados da base do governo, apenas 13 ficaram com saldo positivo perante o governador: Iran Lima (MDB); Chicão Melo (MDB); Adriano Coelho (PDT); Igor Normando (Podemos); Dirceu Ten Caten (PT); Diana Belo (MDB); Lu Ogawa (Progressistas); Elias Santiago (PT); Maria (PT); Fábio Filgueiras (PSB); Bordalo (PT); Lívia Duarte (Psol); e Renato Oliveira, com destaques para o veterano Iran Lima Renato Oliveira, que se enfiaram de cabeça na campanha de Lula.