A declaração de Bob Fllay e as mudanças no tabuleiro partidário paraense
Ao contrário do que muita gente diz e pensa, Helder Barbalho não joga sozinho e as próximas eleições podem trazer novidades muito diferentes do que as pretendidas por quem hoje está no comando do jogo político. Na foto, Bob Fllay em montagem tendo como fundo, o palácio Antônio Lemos, sede oficial da Prefeitura de Belém.
A saída do delegado federal Eguchi e do senador Zequinha Marinho do PL, já vinha sendo informada ao portal Diógenes Brandão, mas resolvemos noticiar só quando elas se concretizaram e hoje foi o dia.
Com a presença do presidente nacional do PTB Kassyo Ramos em Belém, Eguchi teve sua ficha de filiação abonada. A filiação foi promovida em um encontro coordenado pelo novo presidente estadual do PTB, o ex-deputado estadual Márcio Miranda e contou com a participação do deputado estadual Bob Fllay, que depois da notícia veiculada em primeira mão neste portal, disse que o partido ainda não bateu o martelo sobre quem será o candidato da legenda para a prefeitura de Belém, mas que ele é um dos possíveis nomes para a disputa. “Tá mais pra mim, inclusive. O que depende do Eguchi ser candidato ou não é eu decidir se quero ou não”, declarou o humorista e deputado estadual eleito em 2022.
clique abaixo e ouça o áudio do Bob Fllay:
Citando uma matéria deste portal, Bob Fllay revela que além do delegado Eguchi, ele e Márcio Miranda também podem ser os candidatos a prefeito de Belém pelo PTB, nas eleições de 2024.
Eguchi resolveu não se manifestar depois de sua filiação no PTB. Fontes afirmam que ele dialogava com outros partidos, entre eles, o AVANTE, que também está sob nova direção.
O novo presidente estadual do AVANTE é o deputado estadual de primeiro mandato, Wescley Tomaz, que saiu este mês do PSC, após este partido ter se fundido com o Podemos, por conta da cláusula de barreira.
O Podemos no Pará é um partido satélite e subalterno ao MDB e está sob comando do primo do governador Helder Barbalho, o ex-deputado Igor Normando, que assumiu esse ano a Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), responsável pelas Usinas da Paz, estruturas construídas pela VALE, mas sob a administração do governo do estado e que está sendo vista como um poderoso cabide de empregos e máquina de votos.
Antes de assumir a presidência estadual do AVANTE, Wescley já era indentificado como um deputado bolsonarista moderado, que não embarca no estilo beligerante e radical de outros bolsonaristas, como o líder do PL (partido de Bolsonaro) na ALEPA, Rogério Barra, que assim como seu pai, o deputado federal Éder Mauro fazem oposição visceral contra os governos de Helder Barbalho e de Lula.
O Avante era presidido até o início deste mês pelo ex-deputado estadual barbalhista Hilton Aguiar. Wescley e Hilton têm como domicílio eleitoral o município de Itaituba, onde devem concorrer e disputar a prefeitura nas próximas eleições municipais.
Especula-se que o PODEMOS, comandado pelo deputado estadual Igor Normando possa vir a ser presidido pelo senador Zequinha Marinho, que ao deixar o PSC filiou-se no PL e lá disputou o governo do Pará nas eleições de 2022, quando enfrentou Helder Barbalho. Nesta sexta-feira (19) Zequinha Marinho deixou o PL e na próxima semana promete anunciar seu próximo partido.
A imprensa paraense especulou em demasia os motivos da saida de Zequinha Marinho da presidência do PL, com narrativas que foram negadas após consultas feitas por nossa redação aos dirigentes do partido, como reza o bom jornalismo, muitas vezes substituídas por ilações de alguns profissionais da comunicação, ou quando estes são convencidos a difundir certas narrativas para contemplar interesses políticos de seus parceiros.
Entre as especulações difundidas nos mais variados veículos de imprensa do Pará, a versão mais propagada era a de que Zequinha Marinho andava insatisfeito com a forma com que Eder Mauro e Rogério Barra estavam lidando com ele.
No entanto, o problema de Zequinha não era aqui e sim em Brasília, onde o presidente nacional do PL andava insatisfeito com a condução dos rumos do partido sob o comando do senador. Assim, Waldemar da Costa Neto determinou através de uma resolução nacional, de que os membros das comissões provisórias que preparam os diretórios municipais do PL no Pará seriam indicados pelos deputados federais eleitos, proporcionalmente de acordo com a votação de cada parlamentar nos municípios. Como Zequinha não se candidatou a deputado federal, ficou sem pode de mando nos municípios e assim, se viu esvaziado de poder para manter-se no partido.
A versão de que Zequinha irá ganhar a direção estadual do PODEMOS é vista por alguns como uma probabilidade remota, já que Helder se mexe nos bastidores para manter o domínio quase que total de todos os partidos no Pará, impedindo que os que estão, saiam de debaixo de suas assas, como ocorreu com o PTB, o AVANTE e o Solidariedade.
Por falar no Solidariedade, o partido também troucou o comando estadual e hoje tem como presidente da legenda no Pará, o chefe de gabinete da prefeitura de Ananindeua, o professor Ed Wilson Silva, que já foi chefe de gabinete da presidência da ALEPA, quando o deputado Dr Daniel Santos esteve por lá, entre 2019 e 2020. Ed é considerado como o consigliere da República de Ananideua, que já foi o QG de Helder Barbalho em suas campanhas eleitorais bem sucessidas de vereador, deputado estudual e de governador, em 2018.
Do alto de sua atual superioridade política, Helder Barbalho observa atentamente os movimentos de seus adversários, sem descuidar de monitorar e repelir os sonhos de aliados, muitos deles incomodados pelo fato do governador depois de reeleito ter escolhido a vice-governadora Hana Ghassan, como sua pré-candidata à sucessora no governo do Pará.
Ela é quem está sendo levada a tiracolo para todas as principais agendas de inauguração de obras e viagens pelos municípios paraenses, numa tentativa de torná-la conhecida do eleitorado, já que tendo por toda sua vida ocupado funções burocráticas, Hana nunca sequer disputou uma eleição para síndica de condomínio, mas pelos caprichos do governador e sua famosa falta de confiança nos políticos que o apoiam e o acompanham por longos anos, passou a ser a sua preferida.
(com informações site diogenesbrandao e vejamarabá)
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