Alunos da UEPA bloqueiam rodovia em Marabá e pedem emancipação da unidade

Na manhã desta terça-feira, 13, dezenas de alunos da Universidade Estadual do Pará (UEPA), campus Marabá, realizaram uma manifestação na Rodovia Transamazônica, no Núcleo Cidade Nova, em frente ao Fórum da Comarca local.

Interditando meia pista, com cartazes, apitos e pneus queimados, os discentes solicitam urgentemente a contração efetiva de professores, reforma do prédio e emancipação do campus, visando à instalação de uma nova instituição, a Universidade Estadual do Sul e Sudeste do Pará (UESSPA).

Para eles, a atual reitoria é muito centralizada na capital do Estado, o que acaba deixando as outras unidades com deficiência.

“Fizemos várias outras manifestações anteriormente. Já tentamos contato com a reitoria e com o governador, mas nunca tivemos resposta. Hoje é uma culminância de uma luta que a gente já vem travando há algum tempo”, disse Lucas Amorim, estudante do décimo semestre do curso de medicina.

Inclusive, o aluno ressalta que até o mês passado (maio), todas as turmas de medicina estavam sem professores, o que coloca em risco o funcionamento do curso e prejudica os estudantes. “Com a última manifestação, conseguimos a contratação de professores na época. Mas, queremos a efetivação através de concurso público”, conclui.

Participam da manifestação alunos dos cursos de medicina, biomedicina, engenharia florestal, engenharia ambiental, engenharia de produção e tecnologia de alimentos.

Segundo os alunos, atualmente o quadro de docentes da UEPA em Marabá é majoritariamente composto por professores temporários e, ainda que tal fato contrarie o próprio estatuto da universidade – que estipula no máximo 20% de contratos temporários – nada tem sido feito para mudar a situação.

“Com o alto número de professores provisórios, é exigido uma articulação constante dos movimentos estudantis, pois a todo tempo há contratos se encerrando, o que gera incertezas e a necessidade de manifestações a cada semestre letivo”, diz um trecho do comunicado enviado à imprensa.

Ainda de acordo com os alunos, somente para o curso de medicina seriam necessários pelo menos 28 professores para que funcione adequadamente.

“O sucateamento que a UEPA do interior vem sofrendo parece ser oriundo da falta de iniciativa da gestão superior. O bloco mais recente do campus precisa de uma reforma urgente. O forro ameaça cair; o elevador não funciona; os banheiros estão interditados com goteiras enormes que impedem o uso dos sanitários; há manchas de mofo espalhadas pelo gesso, o que atesta a insalubridade do ambiente acadêmico em que nos encontramos”, finaliza.

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