OAB fecha conta de candidatos ao desembargo sem eleição aberta, nem respeito à paridade de gênero
Estava escrito nas intenções: entre 12 candidatos apenas cinco mulheres estão na disputa – inglória para onze concorrentes – da vaga de desembargador do Tribunal de Justiça do Pará.
As mulheres que se empenharam na defesa pela disputa da vaga de desembargador com base na paridade de gênero e se mantêm na inglória campanha sofreram um duro golpe no Dia Internacional do Homem, comemorado no último dia 15, quando a presidência da OAB no Pará deu por concluídos os prazos e inscrição, impugnação e de julgamento de recursos.
Potoca da paridade
Na lista definitiva constam apenas doze candidatos com inscrições deferidas e remete ao óbvio, à luz do edital: não haverá consulta à classe para escolha do nome que irá ocupar a vaga aberta com a aposentadoria do desembargador Milton Nobre e, diante do número de candidaturas femininas deferidas, também não será aplicado o instituto de paridade de gênero, aspiração de dez entre cada dez advogadas Brasil afora.
Homens e mulheres
A lista de candidaturas deferidas publicada pela presidência da Ordem no Pará cumpriu o rito da ordem alfabética e começa com Alex Centeno, o candidato número 1 e virtual desembargador, seguida de Cesar Ramos da Costa, Daniele Ribeiro de Carvalho Lima, Humberto Feio Boulhosa, João Batista Vieira dos Santos, o João Índio, José Ronaldo Dias Campos, Karina Tolentino Gusmão da Silva, Kelly Cristina Garcia Salgado Teixeira, Lia Daniella Lauria, Marcos Valério Saavedra Guimarães de Souza, Odilon Vieira Neto e Roberta Pires Ferreira Veiga. A advogada Kelly Cristina foi um dos nomes paraenses por trás da campanha nacional pela paridade de gênero, frustrada no Estado por forças nada ocultas, as mesmas que tiraram de rota quase metade dos concorrentes.
Sob pressão extrema
Não à toa, segundo advogados com trânsito junto à presidência da OAB, o presidente Eduardo Imbiriba tem confidenciado que não vê a hora de assinar e mandar a lista sêxtupla em frente, pois não está ‘aguentando a pressão’.
Arguição em agosto
Desde já, os candidatos remanescentes estão convocados para a sessão de arguição, exclusivamente presencial, prevista para o próximo dia 3, a partir das 9 horas, na sede da Ordem, que é obrigatória, sob pena de desclassificação do processo. A sabatina é fase essencial para os requisitos de candidatura e elegibilidade e para o conhecimento dos candidatos sobre o papel do advogado como integrante do Quinto Constitucional.
Com informações da Coluna do Olavo Dutra
